Homílias sobre o Evangelho, n°31
«Mulher, estás livre da tua enfermidade»
«Um dia de sábado, ensinava Jesus numa sinagoga. Estava lá certa mulher doente por causa de um espírito, há dezoito anos: andava curvada e não podia endireitar-se completamente.» [...] O pecador, preocupado com as coisas da terra e não procurando as do Céu, torna-se incapaz de olhar para o alto: ao seguir os desejos que o conduzem para baixo, a sua alma, perdendo a rectidão, curva-se, e apenas vê aquilo em que pensa incessantemente. Voltai para dentro do vosso coração, irmãos muito estimados, e examinai continuamente os pensamentos que não cessam de agitar o vosso espírito. Um pensa nas honras, outro no dinheiro, outra ainda em aumentar as suas propriedades. Todas essas coisas são inferiores e, quando o espírito investe nisso, altera-se, perdendo a sua rectidão. E, porque não se engrandece para desejar os bens do alto, está como esta mulher curvada, que não consegue absolutamente olhar para cima. [...]
Efectivamente, o salmista descreveu bem a nossa curvatura quando disse de si próprio, como símbolo de todo o género humano: «Ando cabisbaixo e profundamente abatido» (Sl 37,7). Considerava que o homem, tendo sido criado para contemplar a luz do alto, fora expulso do paraíso devido aos seus pecados, e que, consequentemente, as trevas reinavam na sua alma, fazendo-o perder o apetite das coisas do alto e arrastando toda a sua atenção para as inferiores. [...] Se o homem que perdeu de vista as coisas do Céu, pensasse apenas nas necessidades deste mundo, seria sem dúvida curvado e humilhado, mas não «em excesso». Ora, como não é só a necessidade que faz descer os seus pensamentos [...], mas também o prazer proibido que o esmaga, não fica somente curvado, mas «curvado em excesso».
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20111020
«Mulher, estás livre da tua enfermidade»
«Um dia de sábado, ensinava Jesus numa sinagoga. Estava lá certa mulher doente por causa de um espírito, há dezoito anos: andava curvada e não podia endireitar-se completamente.» [...] O pecador, preocupado com as coisas da terra e não procurando as do Céu, torna-se incapaz de olhar para o alto: ao seguir os desejos que o conduzem para baixo, a sua alma, perdendo a rectidão, curva-se, e apenas vê aquilo em que pensa incessantemente. Voltai para dentro do vosso coração, irmãos muito estimados, e examinai continuamente os pensamentos que não cessam de agitar o vosso espírito. Um pensa nas honras, outro no dinheiro, outra ainda em aumentar as suas propriedades. Todas essas coisas são inferiores e, quando o espírito investe nisso, altera-se, perdendo a sua rectidão. E, porque não se engrandece para desejar os bens do alto, está como esta mulher curvada, que não consegue absolutamente olhar para cima. [...]
Efectivamente, o salmista descreveu bem a nossa curvatura quando disse de si próprio, como símbolo de todo o género humano: «Ando cabisbaixo e profundamente abatido» (Sl 37,7). Considerava que o homem, tendo sido criado para contemplar a luz do alto, fora expulso do paraíso devido aos seus pecados, e que, consequentemente, as trevas reinavam na sua alma, fazendo-o perder o apetite das coisas do alto e arrastando toda a sua atenção para as inferiores. [...] Se o homem que perdeu de vista as coisas do Céu, pensasse apenas nas necessidades deste mundo, seria sem dúvida curvado e humilhado, mas não «em excesso». Ora, como não é só a necessidade que faz descer os seus pensamentos [...], mas também o prazer proibido que o esmaga, não fica somente curvado, mas «curvado em excesso».
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